Entrevista com Benjamin Biolay

novembro 30, 2011

Benjamin Biolay lançou ontem o seu primeiro Best of e, em razão do lançamento, a Fnac promoveu um encontro gratuito com o cantor na sua filial Ternes, em Paris. É com muita frequência que este tipo de encontro acontece na Fnac em toda a França e o truque é checar sempre na página da Fnac francesa a programação cultural.

Eu mesma já tive a sorte de ver o grande animador John Lasseter no verão passado e, devido a esta experiência, sabia que teria que chegar bem antes para conseguir um lugar no evento do Benjamin Biolay.

Saí de casa, portanto, com 3 horas e meia de antecedência e cheguei à Fnac Ternes por volta de 16h. Havia só uma mulher quando eu cheguei sentada já na primeira fileira e eu me juntei a ela, pronta para esperar até as 18h30, quando Benjamin Biolay deveria ocupar a cadeira logo na minha frente e, se eu tivesse sorte, cantar uma das suas canções.

A espera foi mais tranquila do que eu imaginava: esperar em uma livraria é muito mais divertido do que na fila de banco e, portanto, logo me aproveitei do acervo e busquei um volume das aventuras de Astérix para ler enquanto aguardava.

Aos poucos, foi chegando mais gente e a mulher que se sentou do meu lado logo virou melhor amiga da vizinha dela. Ela parecia muito animada e cheia de expectativa. Ao se sentar, se virou para mim e perguntou: Tu penses qu'il va jouer? e eu respondi que não, pela distância do piano e pela ausência de técnicos de som, ele provavelmente não tocaria nada. Achei engraçado ela me tratar por tu, uma vez que ela não me conhecia e eu certamente não tinha dado a liberdade, mas tenho a impressão de que o elo que une os fãs dispensa mesmo a formalidade do vous. Ela tinha todos os discos de Biolay nas mãos e certamente é uma das maiores fãs do compositor.
 
Por volta das 18h20, Benjamin chegou e atravessou o palco na nossa frente a caminho do camarim. A sala, já abarrotada de gente, apladiu e ele acenou e sorriu. Ficou no camarim por alguns minutos, e logo saiu, com uma camisa xadrez, para a entrevista. A moça do meu lado saltava na sua cadeira.

A entrevista não foi muito longa e eu não entendi completamente tudo o que foi dito, mas, mesmo com o meu francês precário, pude notar que Benjamin Biolay estava sendo simpático e bem humorado. O entrevistador já abriu com uma pergunta levemente polêmica, ressaltando o fato de que o lançamento de um Best of não foi exatamente uma escolha de Biolay. Ele respondeu politicamente, dizendo que não, que era mesmo idéia da EMI e que, por questões contratuais, eles poderiam lançar o disco mesmo sem o seu consentimento e, por isso, ele fez questão de se envolver no trabalho e está contente com o resultado.

Depois disso, ele mencionou uma informação muito interessante que eu não tinha a menor idéia. Como vocês já sabem, Biolay começou a carreira em 1999, colaborando com um disco de Keren Ann e o par foi logo convidado por Henri Salvador para fazer parte do seu disco Chambre avec vue, com o qual ele colaborou com mais de uma faixa, incluindo a mais famosa chamada Jardin d'hiver.  Com isso, Benjamin ficou muito próximo de Henri Salvador e, este ano, ele foi convidado a fazer parte de um projeto que visa resgatar músicas inéditas gravadas a capella por Henri Salvador, arranjá-las e lançar um disco no ano que vem. Quis saber o nome do projeto, mas, quando a entrevista foi aberta para perguntas, os espectadores estavam tão cheios de questões para Biolay (incluindo a moça sentada ao meu lado, que foi a primeira a perguntar), que não tive chance.

Depois das perguntas, Biolay, simpático e atencioso, fez dedicatórias para toda uma fila de fãs que se apertaram para chegar perto do cantor. Os seguranças estavam tensos e ficavam dando ordens para todo mundo  e pedindo que respeitássemos a ordem e não demorássemos muito conversando com ele. Quando chegou a minha vez, disse a ele que eu era brasileira e que tinha um blog de música francesa. Ele foi super simpático, quis saber o endereço do blog e de onde eu vinha no Brasil e escreveu Bejos na dedicatória.

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10 comments

  1. Ah, que sortuda!
    Deve ter sido inesquecível...
    Bjs

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  2. Que oportunidade...pena que voltei ontem de Paris (e também não teria sabido sem sua dica do site da Fnac). Benjamin Biolay é o que mais toca hoje no meu iPod, absolutamente talentoso.
    Um beijo.

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  3. Emília,

    Realmente, depois eu pensei que eu tinha que ter postado aqui no blog sobre o evento, para que os leitores que estivessem em Paris pudessem ir. Falha minha.

    Elis,

    Sorte mesmo! Nem acreditei quando eu vi que a minha visita coincidiria com o evento.

    Mi, <3!

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  4. Penélope, não escrevi neste sentido! Ao contrário, vai ficar como dica para as próximas visitas.
    Queria pedir uma dica: tenho o Rose Kennedy e o La Superbe, que outro CD dele você recomenda? Li críticas contraditórias sobre o Négatif e o Trash Yeyé...
    Esse blog é uma maravilha :-)
    Um beijo.

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  5. Emilia, eu gosto muito do Trash Yéyé e do Négatif, mas prefiro o Trash, eu acho. Engraçado você falar das críticas ruins, porque acho os dois discos bem legais. Mas o meu favorito é o Rose Kennedy. De longe.

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  6. Obrigada! Vai para a minha listinha de desejos :-)

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  7. Contente de vous retrouver ici! Je suis la fille qui était assise à côté de votre ami. On a fait la queue pour la dédicace ensemble.

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  8. Bauchette,

    Quelle bonne surprise! Je n'en revenais pas de voir votre commentaire! Comment avez-vous trouver mon blog? Bonne continuation!

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  9. C'est grâce à twitter que je suis tombé sur ton blog (on peut se tutoyer maintenant?) et puis après en lisant le billet, je t'ai reconnu directement. C'était chouette cette attente ensemble!

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