Vieille Canaille

janeiro 13, 2012

Ilustração de Vincent Lefebvre para o Sob o céu de Paris
Publicado hoje, no Conexão Paris.

O polêmico Serge Gainsbourg, parisiense de pais russos e judeus, construiu, em 62 anos de vida, uma respeitável obra que conta com mais de 400 composições. Gainsbourg não foi um só, ele foi vários personagens, experimentou diversos estilos e se transformou muitas vezes. Já foi regravado incontáveis vezes, por inúmeros artistas e nas mais variadas línguas.

Estou certa de que esta não é a única vez que vou falar de Serge Gainsbourg aqui no Conexão Paris. A sua extensa obra e a sua vida cheia de controvérsias rendem assunto para muitos e muitos posts, mas queria começar com um caso dele que acho muito curioso e que envolve outra grande figura da música francesa.

France Gall foi lançada ao estelato aos 16 anos e, por serem da mesma gravadora, logo formou com Gainsbourg uma parceria de sucesso. Em 1965, cantando no festival Eurovision, conquistou o primeiro lugar na competição - e fama internacional - graças a Poupée de cire, poupée de son, composição de Gainsbourg.

E foi justamente pela enorme visibilidade na França que, no ano seguinte, ela se viu exposta ao ridículo ao cantar a música Les Sucettes (Os Pirulitos), de Gainsbourg. O compositor encheu a canção de duplos sentidos e o vídeo de divulgação, feito em 1966, reuniu olhares estupefatos do outro lado da câmera e o pessoal nos bastidores não acreditava que a loira angelical estava realmente cantando, em rede nacional, aquela música de conteúdo altamente sexual.

Clique aqui para ver.

Até hoje, ela sustenta que  só entendeu o outro sentido de Les Sucettes quando já era tarde demais. De fato, depois que a canção se alastrou, a cantora se recusou a sair de casa durante dias e, depois disso, France teve dificuldade de se reerguer e a sua carreira nunca mais foi a mesma.

E para provar que Gainsbourg tinha mesmo muitas facetas, posto aqui uma de suas músicas mais doces.




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6 comments

  1. Oi, Penelope
    Li o teu post no Conexão Paris e te escrevi. Amo esta música, acho q é uma das melhores do Gainsbourg. O texto é lindo. Pena q é pouco conhecida...
    Gosto da gravação q a carla Bruni fez mas acho q a melancolia, a tristeza de algo que está lentamente desaparecendo, fugindo "tu t'en vas à la dérive dans la rivière du souvenir" se perdeu na versão da Carla.
    Uma aluna q fazia o pos em música, me disse q achou interessante o seguinte : tem dois ritmos na música : o Gainsbourg canta marcando o tempo da marcha e o piano trabalha outro tempo, o da valsa.
    De qq forma a música é daquelas q eu sou capaz de ficar horas ouvindo. Hj, com a chuva q caiu o dia todo aqui em Porto Alegre, ela foi minha agradável companheira :)
    Parabéns pelo blog.
    Bj
    Regina

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  2. Parabéns pelo otimo blog, também cheguei a ele através de uma postagem no Conexão Paris.
    Tenho uma opnião meio controversa sobre o Serge, em geral gosto muito mais das versões que outros cantores fazem para as musicas dele que as originais dele.
    P.S. só um detalhe acho que você se enganou no tempo de vida do Serge.

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  3. Tem razão sobre a idade. Culpa de escrever o post de madrugada! Lá no Conexão tá certo, aqui que ficou errado.

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  4. Regina, obrigada pelo seu comentário!

    Interessante o comentário da sua aluna, vou reparar.

    Esta semana, escutei praticamente só esta música.

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