Shakespeare and Company

janeiro 02, 2012

Acabei de ler no Le Monde sobre a morte de George Whitman, o criador da famosa livraria que fica em frente à Igreja de Notre Dame e que já é há muitos anos um ponto turístico em Paris.

A pequena livraria, fundada em 1951, foi chamada primeiramente de Le Mistral, mas mudou o seu nome depois para Shakespeare and Company. A razão da troca foi a vontade de fazer uma homenagem à antiga livraria da famosa Sylvia Beach, que havia criado a uma livraria no início do século que se tornou, rapidamente, em um ponto de referência em Paris.

O endereço de Sylvia - 12, rue de l'Odéon - foi fechado durante a Segunda Guerra, mas até hoje carrega uma placa contando a história da livraria que ajudou a publicar Ulysses de James Joyce, em uma época em que todas as editoras o rejeitaram.

O endereço fervilhava de aspirantes a escritores e de norte-americanos apaixonados pelas letras, já que era especializada em livros de língua inglesa. A filosofia de Sylvia era de tornar a sua livraria em um espaço de apreciação das letras e ela, sempre generosa, chegava a emprestar livros para aqueles que não tinham dinheiro para pagar. É o caso, por exemplo, de ninguém menos que Ernest Hemingway, que conta maravilhado das suas visitas à Shakespeare and Company onde a gentil Sylvia emprestava o que ele quisesse ler. 

E foi esta mesma filosofia que George Whitman adotou na sua versão da Shakespeare and Company. Durante os anos dos Beats, ele recebeu gente como Allen Ginsberg e Jack Kerouac. O endereço já apareceu em vários filmes e é visita necessária para qualquer amante de livros que for a Paris.

Whitman morreu no último dia 14 e foi enterrado no cemitério de Père Lachaise. A livraria fica nas mãos da filha dele, Sylvia Beach Whitman. No site oficial, ainda dá pra ver a bela homenagem a Whitman.



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